CNTE lança novo Coletivo de Pessoas com Deficiência
A CNTE lançou, nesta terça-feira (23), o Coletivo de Pessoas com Deficiência. No primeiro encontro virtual, os participantes discutiram as propostas para o projeto, visando a garantia dos direitos e inclusão de pessoas com deficiência na educação.
Entre os presentes no lançamento, estiveram o presidente da CNTE, Heleno Araújo; a vice-presidente, Marlei Fernandes; a secretária de Finanças, Rosilene Corrêa; a secretária geral, Fátima Silva; a secretária de Políticas Sociais, Ivonete Cruz; e o secretário Executivo da CNTE, Guilherme Bourscheid, além de integrantes do Coletivo Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência da CUT.
Heleno felicitou Ivonete pela iniciativa e organização de mais um trabalho que busca fortalecer a luta por inclusão de pessoas com deficiência. Segundo ele, “o Coletivo desempenha um papel fundamental no processo que trata da inclusão social do/a profissional nas escolas”.
“Precisamos garantir e fortalecer o direito da educação para todas as pessoas do país e, para isso, temos um grande e forte trabalho pela frente”, completou.
Marlei mencionou que a CNTE sempre esteve envolvida nas lutas para garantir um processo democrático aos trabalhadores com deficiência, e que, desta vez, estão encontrando os espaços devidos dentro da organização.
Para Fátima, a criação do Coletivo cumpre determinações estabelecidas no congresso dos sindicatos e faz com que a CNTE se torne um espaço aberto para discussões de todas as políticas de inclusão dentro da categoria.
Rosilene também reforçou sua fala, apontando a importância do espaço de escuta dos/as trabalhadores/as. Para ela, “esse é um meio importante para ouvirmos os/as nossos/as companheiros/as e evoluirmos. Não podemos pensar em um país, nem em uma educação que não sejam verdadeiramente inclusivos”, comentou.
Experiências da CUT em destaque
Iniciando o debate, Ismael Cezar, diretor-executivo da CUT, abordou os direitos dos/as trabalhadores/as com deficiência, comentando sua participação em congressos pelo Brasil. Ele conta que isso tem sido resultado do Coletivo Nacional dos Trabalhadores com Deficiência da CUT que, ao longo de seus 20 anos de existência, tem discutido o tema. Segundo ele, o Coletivo Nacional da CUT tem sido determinante para que as confederações possam pautar as negociações voltadas para esta pauta.
Ismael também conta que, apesar dos avanços, ainda existem muitas dificuldades para garantir os direitos desses/as trabalhadores/as. Ele menciona que, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de 2021, pessoas com deficiências ocupam cerca de 1,1% dos empregos formais. Em relação aos cargos de chefia, esse número chega a ser menor que 0,5%.
“A principal dificuldade atualmente é ter o cumprimento devido das políticas de cotas por empresas, e até mesmo pelos Governos Federal, Municipal e Estadual. É a existência do nosso Coletivo que traz esse olhar para as pessoas com deficiência”, afirmou.
Para Cleide Queiroz, também da CUT, “a construção desse grupo na CNTE é uma grande conquista, permitindo que seja feita a eleição de representantes para um cenário tão importante de inclusão e ampliação do número de profissionais com deficiência”, menciona.
Carlos Marciel, que também é da coordenação do Coletivo de Trabalhadores/as com Deficiência da CUT, comentou a posição da CNTE e reiterou que ainda há muito trabalho pela frente. “Essa é uma pauta transversal a demais outros assuntos, pois ao falar dos/as trabalhadores/as com deficiência, estamos também falando em transporte, moradia, educação, emprego e a acessibilidade deles em todos esses aspectos”, disse.
Ana Júlia Guedes, oficial do programa do Solidarity Center no Brasil, finalizou reforçando a necessidade de espaços de resistência e auto-organização dos/as trabalhadores/as com deficiência dentro do setor sindical, pois, segundo ela, é dentro das salas de aula que saem embriões que fortalecem a inclusão.
Próximos passos
Ivonete declarou que, a partir do encontro que oficializou a criação do Coletivo da CNTE, será iniciada uma nova fase com a construção das pautas e estruturação do grupo. Ações previstas:
1- Tornar o grupo do Coletivo no WhatsApp um instrumento de diálogo e construção coletiva;
2- Eleger representantes do Coletivo da CNTE para compor o Coletivo Nacional da CUT;
3- Levar a pauta dos/as educadores/as com deficiência para o Congresso Nacional da CUT (ConCUT), em outubro;
4- Elaborar o documento com as principais pautas da categoria;
5- Realizar um encontro presencial após o Congresso da CUT;
“Nenhuma luta se constrói apenas na oralidade, muito menos se efetiva sem ser registrada. Esse é o nosso desafio para o próximo encontro. Temos que apontar as diretrizes de luta das pessoas com deficiência que militam na educação para, juntos/as, construirmos esse processo”, reforça Ivonete.