EDITORIAL Dia da
Visibilidade Trans
Em 2024 completaram-se 20 anos do ato nacional, realizado em Brasília, para o lançamento da campanha “Travesti e Respeito”. A campanha, lançada no Dia da Visibilidade Trans (29 de janeiro), no Congresso Nacional, se transformou em um marco na história do movimento contra a transfobia. Mas os números do ano passado mostram que depois de tanto tempo ainda há muito o que avançar. De acordo com a última edição do dossie da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), lançado na segunda- feira (27), 122 pessoas trans e travestis foram assassinadas no Brasil em 2024. O número, apesar de menor do que o verificado no ano anterior e também um pouco abaixo da média registrada desde 2008, revela que há, na verdade, um quadro de estagnação.
É preciso lembrar que dentro da comunidade é muito comum a subnotificação. Ou seja, muita gente que sofre agressão prefere não denunciar. Além disso, alguns dados aumentam a preocupação, como o de que uma das vítimas de 2024, que se enquadrava na categoria de defensora de direitos humanos, era uma suplente de vereadora. E outra já havia se candidatado a um cargo político.
A entidade denuncia que dados sobre essas violências simplesmente não aparecem ou são inconsistentes, como já apontou o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e critica a ausência de informações sobre pessoas LGBTQIA+ e as grandes discrepâncias entre os números oficiais e os que são vistos nos noticiários todos os dias.
O 29 de janeiro foi escolhido como o Dia Nacional da Visibilidade Trans com o objetivo de promover reflexões sobre a cidadania das pessoas travestis, transexuais (homens e mulheres trans) e não-binárias (pessoas que não se percebem como pertencentes a um gênero exclusivamente). Além de conscientizar sobre a transfobia, o preconceito e a discriminação em razão da identidade de gênero.
Essa cruel realidade, além de submeter as pessoas à risco de agressões e morte, leva- as a abandonarem os estudos e enfrentarem dificuldades de inserção no mercado de trabalho. E um exemplo bem atual vem justamente dos Estados Unidos na nova gestão Trump. Por lá o GLBTQ Legal Advocates & Defenders e o Centro Nacional para os Direitos de Lésbicas entraram com ação judicial contra o presidente pela proibição baixada recentemente à presença de transgêneros nas Forças Armadas. A ação lembra que a medida viola princípios constitucionais de igualdade.
Fonte: VISIBILIDADE TRANS é o tema do Editorial do Jornal A GAZETA- 29 de Janeiro . Um tema importante para a formação dos cidadãos . Boa leitura!